sexta-feira, 16 de março de 2012




 Ocupação Angeli
Lançamento do DVD do filme
ANGELI 24 HORAS de Beth Formaggini
13 Prêmios em festivais!
25min09, RJ, Doc
Itaú Cultural
Dia 29 de março 2012
18h
O DVD custa 20 reais

 A VENDA NO RIO:
LIVRARIA ARLEQUIM, NO PAÇO, PRAÇA XV, CENTRO, 
NA CAVIDEO, COBAL DO HUMAITA, BOTAFOGO, 
NA BLOOKS, NO UNIBANCO ARTPLEX DA PRAIA DE BOTAFOGO,
NA LIVRARIA DA TRAVESSA NO CENTRO, BARRA SHOPPING LEBLON E IPANEMA(e no site), 
LIVRARIA LUZES DA CIDADE NO ESPAÇO SESC DE CINEMA NA VOLUNTARIOS DA PATRIA, BOTAFOGO.

EM SAO PAULO:
HQMIX LIVRARIA PRAÇA FRANKLIN ROSSEVELT, 142 - CENTRO - SÃO PAULO - SP
(11)3259-1528 E NA LIVRARIA DO ESPAÇO NO ESPAÇO UNIBANCO DE CINEMA NA AUGUSTA

BSB: NO SEBINHO
O site do Ocupação Angeli concentra todas as informações: http://itaucultural.org.br/ocupacao/
Veja o filme, compre o dvd e curta a Ocupação!
Mostra HQ

Como parte integrante da exposição Ocupação Angeli (em cartaz até 29 de abril) o Itaú Cultural apresenta de 29 de março a 01 de abril uma mostra de audiovisual com produções na área da História em Quadrinhos e Animação.

29/03 (quinta-feira)

18h: (Classificação: 16 anos)
Dossiê Rê Bordosa (César Cabral, 16 minutos)
A Cauda do Dinossauro (Francisco Garcia, 17 minutos)
Angeli 24h (Beth Formaggini, 25 minutos)

20h: (Classificação: 16 anos)
Woody&Stock: Sexo, Orégano e Rock´n´roll (Otto Guerra, 81 minutos)


30/03 (sexta-feira)
18h: (Classificação: 16 anos)
Malditos Cartunistas (Daniel Garcia e Daniel Paiva, 93 minutos)

20h: (Classificação: 16 anos)
História em Quadrinhos (Álvaro de Moya e Rogério Sganzerla, 7 minutos)
Rocky & Hudson (Otto Guerra, 56 minutos)


31/03 (sábado)
14h: (Classificação: 12 anos)
Nave Mãe (Otto Guerra, 12 minutos)
Cavaleiro Jorge (Otto Guerra, 14 minutos)
Jaguar: Um Homem ou um Rato (Paulinho Caruso, 17 minutos)
Cartas da Mãe (Fernando Kinas e Marina Willer, 28 minutos)

16h: (Classificação: Livre)
Brasil Animado (Mariana Caltabiano, 75 minutos)

18h: (Classificação: 16 anos)
Dossiê Rê Bordosa (César Cabral, 16 minutos)
A Cauda do Dinossauro (Francisco Garcia, 17 minutos)
Angeli 24h (Beth Formaggini, 25 minutos)

20h: (Classificação: 16 anos)
Woody&Stock: Sexo, Orégano e Rock´n´roll (Otto Guerra, 81 minutos)


01/04 (domingo)

13h30: (Classificação: Livre)
Brasil Animado (Mariana Caltabiano, 75 minutos)

15h30: (Classificação: 16 anos)
Malditos Cartunistas (Daniel Garcia e Daniel Paiva, 93 minutos)

17h30: (Classificação: 12 anos)
Nave Mãe (Otto Guerra, 12 minutos)
Cavaleiro Jorge (Otto Guerra, 14 minutos)
Jaguar: Um Homem ou um Rato (Paulinho Caruso, 17 minutos)
Cartas da Mãe (Fernando Kinas e Marina Willer, 28 minutos)

19h30: (Classificação: Livre)
Will Eisner: Profissão Cartunista (Marisa Furtado e Paulo Serram)




(VERSO)

Woody&Stock: Sexo, Orégano e Rock´n´Roll (Otto Guerra, 2006, 81 min). Com Rita Lee, Tom Zé, Lobão e Julio Andrade, entre outros.
Personagens de Angeli como Wood, Stock, Cosmo, Lady Jane, Rê Bordosa, Rampal, Nanico e Meiaoito vivenciam o barato total de um réveillon nos anos 1970 e, 30 anos depois, enfrentam as responsabilidades da vida adulta. Para fugir do peso da idade, ressuscitam a velha banda de rock. 16 anos.

Dossiê Rê Bordosa (César Cabral, 2008, 16 min)
Fama? Ego Inflado? Espírito de Porco? Quais os reais motivos que levaram o cartunista Angeli a matar Rê Bordosa, sua mais famosa criação? Utilizando a técnica da animação stop motion, este documentário investiga os bastidores deste crime vil. 16 anos.

A Cauda do Dinossauro (Francisco Garcia, 2007, 17 min). Com Cristiane Tricerri e Mario Bortolotto.
Baseado em historia original do cartunista Angeli publicado na revista Chiclete com Banana nos anos 1980, o filme retrata o submundo decadente de uma cidade em ruínas, onde uma mulher busca um tipo de prazer há muito perdido: sexo. 16 anos.

Angeli 24h (Beth Formaggini, 2010, 25 min)
Documentário sobre o cartunista Angeli e as transformações que sofre sua obra ao longo da carreira. O filme é centrado na sua obsessão pelo trabalho e na crise entre ser um artista da cultura pop, produzindo charges e tirinhas freneticamente para jornais e revistas, e ao mesmo tempo exigir de si mesmo espaço e criatividade para se renovar. Livre.

Malditos Cartunistas (Daniel Garcia e Daniel Paiva, 2011, 93 min)
Documentário sobre a profissão de desenhista de humor no Brasil desde o Pasquim nos anos 60 até os dias de hoje, abrangendo quatro gerações de cartunistas e pontuado por depoimentos de Allan Sieber, André Dahmer, Angeli, Chiquinha, Glauco, Guazzelli, Jaguar, Laerte, Lourenço Mutarelli, Maurício de Souza, Spacca e Ziraldo, entre outros. Livre.

História em Quadrinhos (Álvaro de Moya e Rogério Sganzerla, 1969, 7 min)
Primeiro documentário em curta-metragem de Sganzerla, trata de uma forma de expressão artística muito presente na sua cinematografia: os quadrinhos. Guiada pelo texto de caráter histórico do especialista Álvaro de Moya, a câmera passeia pelos traços de artistas como Will Eisner, Milton Cannif, Alex Raymond e Al Capp. Livre.

Rocky & Hudson (Otto Guerra, 1994, 56 min)
Constituída de dois episódios - A Pistola Automática do Dr. Brain e Pé na Estrada – a animação narra as aventuras de Rocky & Hudson, dupla de caubóis gays piegas e esquizofrênicos, criada pelo cartunista Adão Iturrusgarai. 16 anos.

Nave Mãe (Otto Guerra, 2004, 12 min)
A animação narra – sem o recurso de diálogos - uma viagem espacial em que os tripulantes da nave perdem totalmente o controle sobre ela e também sobre si mesmos. Livre.

Cavaleiro Jorge (Otto Guerra, 2000, 14 min)
O filme de animação conta a história do Cavaleiro Jorge antes de virar Santo, quando é chamado para ir um pequeno reino defendê-lo da ameaça de um dragão . Livre.

Jaguar: Um Homem ou um Rato (Paulinho Caruso, 2005, 17 min).
Documentário sobre a vida boêmia do cartunista carioca Jaguar, entremeado por depoimentos de colegas como AlcyAngeliChico CarusoGlaucoJaguarLaerte,LoredanoMillôrNani e Paulo Caruso.
Livre.

Cartas da Mãe (Fernando Kinas e Marina Willer, 2003, 28 min)
O filme conta uma parte da história recente do Brasil por meio de cartas que o cartunista Henfil escreveu para sua mãe, Dona Maria, lidas pelo ator Antônio Abujamra como breves crônicas sobre a situação brasileira nos tempos da ditadura. Depoimentos de amigos do artista morto em 1988 completam a narrativa, como os dos colegas Angeli e Laerte, o jornalista Zuenir Ventura e o ex-Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva.12 anos.

Brasil Animado (Mariana Caltabiano, 2011, 75 min)
Primeiro longa brasileiro com captação e exibição 3-D, o filme mistura animação com imagens reais de pontos turísticos do Brasil. Dois amigos caninos, o ambicioso Stress e o despreocupado Relax, atravessam o páis em busca do “Grande Jequitibá Rosa”, a árvore mais antiga do Brasil, sem saber onde ela está. Livre.

Will Eisner: Profissão Cartunista (Marisa Furtado e Paulo Serram, 1999, 150 min)
Documentário brasileiro composto por três episódios exibidos em TVs de vários países. "The Spirit" centra-se no personagem mais famoso de Eisner, o detetive mascarado criado em 1940 e distribuído como um encarte de quadrinhos em jornais até 1952, posteriormente publicado em todo o mundo, quase continuamente por mais de 50 anos. "O Sonho" mostra o desejo que o artista tinha de ser reconhecido por seus quadrinhos. "Master Class" se baseia nos livros de Eisner, Quadrinhos e Arte Seqüencial e Narrativas Gráficas, mostrando o cartunista trabalhando em sua prancheta. Muitos depoimentos pontuam o  filme. Livre.

 O filme: Angeli 24h
       
"- Radicalizar não é criar outro
personagem,  é criar outra forma de fazer
tira, outra forma de fazer humor! (Angeli)"

Ocupação Angeli

Lançamento do DVD do filme
ANGELI 24 HORAS de Beth Formaggini
13 Prêmios em festivais!
25min09, RJ, Doc
Itaú Cultural
Dia 29 de março 2012
18h
Avenida Paulista
As exibições do filme Angeli 24h da Mostra serão:
Dia 29/03, sessão que começa ás 18h
dia 31/03 sessão que começa ás 18h
Avenida Paulista, 149   São Paulo - SP - 01311-000
fone 55 11 2168 1836   fax 55 11 2168 1881
Sinopse:
Documentário sobre o cartunista Angeli e as transformações em sua obra. O filme é centrado na sua obsessão pelo trabalho e na crise entre ser um artista da cultura pop, produzindo diariamente novas charges e tirinhas para várias mídias, e ao mesmo tempo exigir de si mesmo radicalidade e capacidade de se renovar, sempre botando o dedo na ferida.

Produção 4Ventos
Contato: Beth Formaggini
21-3826812221-87433943
Rua Ipiranga 100 casa 2
22231-120 RJ/RJ Brasil

13 Prêmios e festivais:
Indicado para o Grande Prêmio do cinema Brasileiro 2012 pela Academia Brasileira de Cinema
Melhor direção Santa Maria RS 2011
Melhor direção e melhor montagem RECINE RJ 2011
Melhor direção Vitória Cinevideo
Melhor direção, montagem e trilha sonora CINEMATO Cuiabá
Premio Porta Curtas de Aquisição Goiania Mostra Curtas 11
Melhor Direção no CURTASE Aracaju 2011
Melhor Documentário na Jornada da Bahia 2011
Prêmio Melhor DOC Festival do Júri Popular 2011 votado em 22 cidades brasileiras
Prêmio Melhor filme Festival do Júri Popular 2011 votado no RJ

Seleção:
Comunicurtas Campina Grande PA ago 2011
Festival de Brasília do Cinema Brasileiro nov2010
Cine Documenta em Ipatinga MG 2011
Festival Cinesul RJ 2011
CINEOP MG 2011
FEMINA 2011 RJ na Caixa Cultural.
DOKANEMA 2011 Moçambique
Goiania Mostras Custas 2011
Festival de Cinema e Video de Cuiabá 2011
Vitoria Cine Vídeo 11
Recine 11
RIOCOMICON 11
HQMIX 11
Panorama Carioca Curta Cinema 11

Ficha técnica:

Direção e Produção Executiva     BETH FORMAGGINI
Montagem     JOANA COLLIER e THAIS BLANK
Fotografia e Câmera     CLEISSON VIDAL
Edição De Som     CARLOS COX
Técnico De Som     JOÃO GODOY
Trilha Sonora Original     JR TOSTOI
Roteiro     BETH FORMAGGINI e JOANA COLLIER
Direção de Arte     ROBERTO EITI
Direção de Produção     CLARISSE VIANNA
Design de Finalização     POJUCAN
Assistente De Direção     LUCAS FORMAGGINI
Câmera (Estúdio)     TIAGO SCORZA
Still     MARIANA LEME
Produção São Paulo     SABRINA FRANZOI
Pós Produção De Imagem     ESTUDIOS MEGA
Produtor De Finalização     JOSÉ HENRIQUE CUNHA
Versão em Inglês     LUCAS PETERSON


"- Eu gosto de desenhar Diabos, graficamente é muito mais poderoso que Deus! (Angeli)"

Agradecimentos Especiais
ANGELI
CAROLINA DE CARVALHO
TONINHO MENDES
ANA PINTA
RICKY GOODWIN

Perguntas e respostas:
Qual foi a sua intenção ao fazer o filme?
O foco é o processo de trabalho do cartunista e chargista Angeli e as transformações e crises do nosso personagem diante da sua obra. O filme é centrado na sua obsessão pelo trabalho e na crise de ser um artista da cultura pop, que tem que produzir  diariamente novas charges e tirinhas para várias mídias mas que ao mesmo tempo exige de si mesmo radicalidade e capacidade de se renovar, sempre botando o dedo na ferida. Eu lia alguma coisa dele e me dizia, era isto que eu estava pensando, o cara traduzia minha indignação, as questões de política e comportamento da minha geração. 
Porque 24h?
O filme acompanha 1 dia no processo de criação do Angeli enquanto ele desenha no seu estúdio ao som de rock pesado e visceral a charge política que vai sair no dia seguinte na Folha de SP. Ele ensaia primeiro várias versões a lápis, depois escolhe uma delas e refaz tudo com lápis e nanquim. Finalmente, já de noite, insere as cores e o texto no computador. Nossa ideia era registrar no tempo os elementos principais da criação de Angeli. Além da conversa no estúdio, filmamos ações em 4 espaços paralelos.
Como foi isto?
Fizemos uma intervenção na cidade de São Paulo durante 24horas com 3 equipes trabalhando simultaneamente. A primeira equipe fez o registro de 24 horas em plano fixo da esquina Bar Estadão 24h + banca de jornal 24h + cotidiano de rua movimentada refletida na porta de vidro do bar.  Plano frontal. A  imagem foi acelerada na edição.
A segunda equipe fez o registro de 24 horas em plano fixo e time lapse da Cidade de SP: prédios + ruas e viadutos + carros num Plongé do skyline de São Paulo feito com uma câmera Cannon 5D de cima de um prédio;
A terceira equipe saiu em busca dos personagens de Angeli, principalmente os anônimos retratados nas tirinhas da República dos  Bananas. Fizemos retratos dos personagens olhando para a câmera por 2 minutos.
A edição destas imagens aceleradas da cidade deveria criar no espectador a sensação dos fluxos de pensamentos e sentimentos que passam pela cabeça do artista durante o seu processo de criação. Queríamos captar o fluxo mental do artista, seu mundo interior, o imaginário e os objetos de seu trabalho: o bar, a cidade e o ser humano angustiado da metrópole. Depois de uma pesquisa escolhemos locações para cada hora do dia e abordamos seus frequentadores: no Viaduto do Chá de dia; no bar Mercearia São Pedro  à noite; na  Pça Roosevelt de madrugada. 
Como escolheram os personagens na cidade?
Angeli faz uma antropologia urbana, é o etnógrafo que traduz a minha geração, os freaks, os office boys, os habitantes angustiados de qualquer metrópole. É só andar nas ruas de SP que você esbarra com eles. Procuramos lugares movimentados com muita gente circulando. Filmamos em plano fixo para acelerar na montagem e destacar essas figuras do mundo real, além de dar vida ao fundo onde muitas pessoas passam ou se movimentam, criar uma atmosfera menos realista evocando os fluxos da cidade e a cabeça enlouquecida do cartunista enquanto ele silenciosamente trabalha sossegado em seu estúdio. 
Houve algum imprevisto?
No meio da noite da intervenção, no dia 13 de novembro de 2009, um apagão se abateu sobre o sudeste do Brasil e deixou tudo às escuras. RJ, BSB, SP sem energia elétrica. Como usávamos baterias as equipes continuaram filmando até o amanhecer e registramos os claro-escuros que são uma grande metáfora da crise que nosso personagem está vivendo com relação a sua obra. O tempo real se impôs e o acaso nos deu a chave para a compreensão do artista e do foco do filme. Não usamos o apagão de forma naturalista na montagem do filme. Utilizamos o claro escuro da cidade e também do estúdio como um elemento subjetivo que traduz os momentos de crise do personagem.
Como foi feita a pesquisa?
Passei a vida lendo as tirinhas e charges do Angeli, Laerte e Glauco, fui leitora das  entrevistas, das revistinhas, antologias, tudo! Comprava para meu filho, que era fã, e líamos os dois. Quando comecei a pesquisa, Carol, mulher do Angeli, me liberou os arquivos da família e li tudo o que podia. Ricky e Ana Pinta tinham feito uma mega exposição sobre ele e me ajudaram muito a ver sua produção nestes 35 anos de carreira. 
Fiz uma longa entrevista com Angeli na casa dele com uma camerazinha. Percebi que, por ser um grande criador de personagens, ele tinha criado um personagem para si mesmo, que se confundia com o personagem autobiográfico das tirinhas e que estava em todas as entrevistas. Saquei que ele era um grande ator, carismático, performático, engraçado e denso ao mesmo tempo. Conversando com Lucas, meu filho e assistente de direção do filme, viciado em quadrinhos, reclamei que o Angeli tinha se colado a este personagem e que dificilmente ele seria trincado. Foi então que Lucas me alertou para o fato de que eu deveria  tirar partido disto. Decidimos então dar para Angeli um palco com três tapadeiras, como numa tirinha, para que ele desenvolvesse este auto-retrato de forma ativa. 
Foi num estúdio?
Sim, queria que fosse o menos naturalista possível. Ele seria transportado para o espaço da performance. A conversa com Angeli girou em torno da mudança no seu trabalho a partir de uma crise que foi acentuada pela perda do filho de Laerte num acidente. Esta dor potencializou nos dois um desejo de mudança que já estava fermentando há tempos. Angeli conversou sobre a insatisfação como criador, o assassinato de seus personagens e a busca de uma nova linguagem abandonando os traços caricaturais e assumindo uma tirinha onde a piada não é o mais importante e sim a ideia, o conceito.
Como escolheram as tirinhas?
Fizemos uma projeção das tiras de Angeli. Joana Collier foi minha parceira nesta fase de edição desta obra tão vasta. Houve muitas conversas com a equipe nesta fase de definição do conteúdo quando os principais conceitos apareceram. A ideia era que ele entrasse na projeção, que passaria a tatuar seu corpo deixando sua silhueta na tela.  Ali Angeli  comentaria a sua obra e poderíamos ver nas tiras escolhidas as transformações no seu trabalho. 
Na edição final outras charges foram incluídas. Angeli cria charges para comentar os absurdos do cotidiano. Ele se expõe em carne viva na serie Angeli em crise, que foi nosso fio condutor. Ele fala de si e de uma geração que mudou o comportamento nos anos 60/70, numa revolução política e existencial que ele, na contramão do século XXI, continua praticando. Angeli valoriza, exercita e atualiza essa postura ética no dia-a-dia e no trabalho, fazendo seu público se relacionar com ela. Buscamos a  radicalidade que está expressa em sua  obra e que faz o público gargalhar e refletir, se horrorizar ou se identificar. Rir das suas fraquezas e de suas mazelas. Confrontar-se com elas.  
 
Como foi pensada a trilha sonora?
Ao realizar o filme pensamos numa trilha com rock experimental. Angeli trabalha ao som de rock, sua vida e  seu trabalho têm esta batida. Pesquisamos muito  para encontrar o tom certo. Montei o filme inicialmente com o som do Jimmy Hendrix, que é meu ídolo. Pensamos em chamar Edgar Scandurra, mas convidamos finalmente o Jr. Tostoi da banda Vulgue Tostoi, que tem uma proposta musical capaz de receber linguagens diversas. Eles estão sempre num contínuo processo de reinvenção, construindo e desconstruindo conceitos, assim como o Angeli. Fazem músicas dançantes mas que proporcionam curiosidade e estranhamento nas pessoas. Tostoi tomou pra si o documentário e compôs uma trilha visceral, foi um achado.
E o desdobramento? 
Fizemos um projeto para realizar um espetáculo multimídia integrando tirinhas, charges, artes plásticas, música e cinema. Nossa ideia é fazer o lançamento de um cd/dvd Angeli 24horas junto com a trilha original do filme interpretada pela Banda Vulgue Tostoi num show que apresentará as músicas compostas especialmente para o filme por Jr. Tostoi. Elas precisam ir além do filme e fazer dançar platéias pelo Brasil a fora. 
Faremos a exibição do documentário em telões com a trilha tocada ao vivo. Montaremos na sala de entrada do espetáculo a instalação Fluxos sobre as relações entre a obra de Angeli e os fluxos da metrópole pra expor o trabalho dele integrado com o material da intervenção que fizemos em SP. Já colocamos em vários editais e estamos aguardando a resposta  para gravar o CD com a Banda.

  CV Diretora / Produtora

Dirigiu Angeli 24h(2010), Apartamento 608(2009); Cidades Invisíveis(2010), Nós somos um poema (2008) com Sergio Sbraggia, Memória para uso diário (2007), Melhor Filme eleito pelo Júri Popular do Festival do Rio BR 2007;  Nobreza Popular (2003), Walter.doc - O Tempo é sempre Presente (2000) com Luís Felipe Sá; Pontos de Vista (1995); Touche pas à mon pote (1987) com Henri Gervaiseau.
Produziu os LONGAS: Djalioh, de Ricardo Miranda(2011); Outro Sertão (2011)de Adriana Jacbson e Soraya Vilella, Paralelo 10(2011) de Silvio Darin; A Etnografia da Amizade (2007), de Ricardo Miranda; Novela na Santa Casa (2006), de Cathie Levy; Em Trânsito (2005), de Henri Gervaiseau; Bendito Fruto (2004), de Sérgio Goldemberg; Joaquim.doc (2003), de Mário Carneiro; Peões (2003), de Eduardo Coutinho; Edifício Master (2001), de Eduardo Coutinho; Babilônia 2000 (2000), de Eduardo Coutinho; os MEDIAS: Garrincha Ucellino di Dio (2001), de Paulo César Saraceni, Joaquim Pedro.doc de Mario Carneiro; os CURTAS: Casimiro (2008) de Mario Carneiro e Paulo César Saraceni, Bricolage(2008) de Ricardo Miranda e foi pesquisadora das SERIES: A Linguagem do Cinema (1999), de Geraldo Sarno; Chatô, Rei do Brasil (1996), de Walter Lima Jr.e, 5 Dias que abalaram o Brasil, de Mauro Lima e dos filmes, Cartola de Lírio Ferreira e Hilton Lacerda e o Mistério do Samba de Lula Buarque e Carolina Jabour.


Imprensa
Diário de Brasília 2010: curtas Angeli 24h
por Zanin
27.novembro.2010 10:19:42
Curtas. Angeli 24 Horas, de Beth Formaggini, conquistou o público de Brasília. Não apenas porque seu personagem é uma figuraça, o cartunista Angeli, mas porque o processo de construção do curta reproduz o frenético ritmo mental do artista. Angeli é visto no processo de feitura do seu cartum político diário para o jornal do dia seguinte. Nos intervalos, é entrevistado, evoca suas raízes (rapaz de classe média baixa, família de imigrantes italianos, garoto paulistano da Casa Verde) e seu processo de trabalho. É um intelectual punk e de alma proletária, esse criador de tipos como a Re Bordosa, os Scrotinhos e Bob Cuspe. Um tipo que “mata” suas criaturas quando essas passam a ser assimiladas pelo público. Esse furor rock”n”roll da mente de Angeli é captado na linguagem do filme, muito, muito bom de Beth Formaggini
Pop & Arte
26/11/2010 06h00 - Atualizado em 26/11/2010 06h00
Ficção e realidade se misturam na segunda noite do Festival de Brasília
A rotina e as obssessões do cartunista Angeli foram tema de curta.
Jamila Tavares
Do DF TV
Angeli Realidade e ficção também se encontraram no curta “Angeli 24 horas”, sobre o cotidiano de um dos cartunistas mais importantes do país. A diretora Beth Formaggini jogou luz sobre a obsessão de Angeli pelo trabalho e sobre o desafio diário que ele se propõe de ultrapassar as fronteiras da cultura pop e se renovar.
O mergulho no universo do criador de personagens icônicos como Rê Bordosa, Bob Cuspe e os Skrotinhos divertiu o público. “Cinema é invenção, é para pensar, para dançar. Agradeço ao Angeli que foi muito generoso e se expôs no filme" afirmou Beth antes da exibição do curta.
As asas de Angeli
25 11 2010
Caos, crise, obsessão, poluição, velocidade. É o apocalipse ou um dia na vida de São Paulo? Nada disso, ou talvez um pouco de tudo isso. Estamos falando do mundo do cartunista Angeli. Estamos no coração de um fantástico curta que estreia esta noite no Festival de Brasília. Beth Formaggini vinha me segurando as mãos quase literalmente para que nada quebrasse o ineditismo exigido pelo festival. Pronto, acabou. Já posso escrever sobre Angeli 24 Horas.
Beth não poderia ter sido mais feliz nesta apresentação do personagem Angeli em meio a seus escrotinhos, bananas, rê bordosas, bob cuspes, freaks, políticos xexelentos, cônjuges monstruosos et caterva. O cronista que criou essa épica do vil é ele mesmo um compulsivo, cara de mal dormido, fala e gestos nervosos, como se fosse explodir dentro de 10 segundos e deixar a parede do estúdio coberta de gosma verde.
O filme potencializa essa identificação entre criador e criaturas colhendo a autoanálise de Angeli num estúdio decorado com motivos gráficos, trabalhando muito com a relação entre figura e sombra, e projetando as tiras sobre seu corpo numa espécie de instalação. Além disso, filma pontos-chave de São Paulo em ritmo acelerado e “encontra” nas ruas figuras reais que poderiam ter inspirado personagens de Angeli. Assim é que artista e cidade se fundem pela lógica dos fluxos incessantes. Embora saia pouco da prancheta, Angeli flutua com sua imaginação mórbida, radical e divertidíssima pelos espaços da metrópole, tal como o anjo de Asas do Desejo. Entre seguir em frente e mudar de rumo, Angeli opta pelas duas coisas.
Eixo quebrado entre as várias câmeras que o filmavam, ele fala de suas grandes inspirações; conta como se livrou de seus personagens mais célebres e das propostas de massificação; como encontrou na tragédia familiar do amigo (e muso) Laerte a deixa para uma guinada em sua carreira; por que prefere os diabos aos deuses na hora de riscar o papel. Para cada afirmação ou dúvida, Beth vai localizar a tirinha adequada para fazer a passagem entre pensamento e obra, movimento e resultado. Como eixo central e justificativa do título, Angeli vai preparando a charge que sairá no dia seguinte num jornal paulista.
Outro elemento fundamental para a incrível coesão artística do filme é a trilha sonora heavy e aliciante de JR Tostoi (do grupo Vulgue Tostoi). Num de seus melhores momentos, a música sampleia a voz de Angeli numa batida persistente e sublinha a evidência de que tudo nesse filme emana da pulsação de seu personagem. Não são muitos os perfis de artista com esse grau de coerência.
28/11/2010 - 17h04
Festival de Brasília exibe curtas sobre Angeli e poeta brasiliense
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ANA PAULA SOUSA
ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA
Um cartunista obsessivo e um poeta que transformou a arquitetura retilínea em verso foram parar na tela do cine Brasília.
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Os curtas-metragens "Angeli 24 Horas", de Beth Formaggini, e "Braxília", de Danyella Proença, selecionados para a mostra competitiva do Festival de Brasília, levam o espectador aos recantos escondidos da criação artística.
Ambos os filmes usam a criação de seus personagens como fio condutor da narrativa.
Divulgação
Cena do curta "Angeli 24 Horas", que retrata o cartunista que criou a personagem Rê Bordosa, entre outros
Em "Angeli", temos o cartum da Rê Bordosa e as histórias dos escrotinhos a cobrir a fala acelerada do chargista de tipos urbanos e marginais.
O artista obcecado pela criação, que balança a perna ao ritmo do traços que rabisca, explica o que o move e também o que o paralisa.
"Braxília", por sua vez, é todo alinhavado pelos versos do poeta Nicolas Behr, que, na solidão das superquadras, foi criando poemas como "Entre Quadras":
SQS415F303
SQN303F415
NQS403F315
QQQ313F405
SSS305F413
seria isso
um poema
sobre brasília?
seria um poema?
seria brasília
Ao contrário de Angeli, Behr, "revoltado" na juventude, surge hoje mais sereno --apesar de manter intacta a ironia.
Tanto Beth Formaggini quanto Danyella Proença se mostram mais interessadas em explorar os personagens do que as possibilidades do cinema.
Mas isso, no caso dos documentários, pode ser mais mérito que defeito.
Sexta, 26 de novembro de 2010 01:32
No documentário e na ficção, eles tentam se encontrar
Escrito por Rodrigues Alves e Lucas Marchesini
De um lado, um cartunista famoso busca conciliar a produção diária de tirinhas populares com o desejo de fazer uma obra mais radical. Do outro, um aposentando solitário procura, pelas ruas do centro do Rio de Janeiro, um sentido para a vida. No terceiro dia do Festival de Brasília, o público serviu de divã para os protagonistas de duas produções exibidas no Cine Brasília.
Angeli 24 horas fez com que muitos se divertissem com o cartunista em crise entre ser pop ou inovador. Opiniões politicamente incorretas levaram a plateia a gargalhas: “Dá para conviver com as drogas, pelo menos eu acho”, disse em uma cena. O curta mesclava depoimentos do Angeli com tirinhas de sua autoria e cenas da cidade e de pessoas de São Paulo.
Maryna Lacerda
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Segundo dia do Festival de Brasília sobe o nível e entusiasma o cinéfilo
por Celso Sabadin em 26/11/2010 às 13:48 festivais e premiações, cinema nacional comente !
Como quase sempre acontece nos eventos de cinema, o segundo dia da mostra competitiva deste Festival de Brasília foi sensivelmente melhor que o primeiro. Tanto nos curtas como no longa metragem.
A noite foi aberta em grande estilo com a exibição do ágil “Angeli 24 Horas”, curta carioca (quase média, pois tem 25 minutos) dirigido por Beth Formaggini. Trata-se de um documentário sobre o cartunista paulista Angeli, suas crises criativas e sua profunda obsessão pelo trabalho. O filme cria uma feliz associação de imagens e idéias relacionando o alucinado processo de criação do cartunista com a nacionalmente famosa velocidade estressante da capital paulista. Há ótimas soluções estéticas para fugir do lugar comum, como a projeção das obras do entrevistado e o cenário misto de luz e traços que emoldura o próprio objeto do filme. Tudo acentuado por uma forte e vibrante trilha sonora, sublinhada pelo som do Cine Brasília, um pouco alto demais, pelo menos para os ouvidos deste senhor que vos escreve.
Celso Sabadin viajou a Brasília a convite da organização do evento.
Sexta-feira, 26 de novembro de 2010 03:12 pm
Som e imagem
Para realizar as filmagens do curta Angeli 24 horas, Beth Formaggini alugou um set de filmagem, em São Paulo, e criou a projeção que serve como cenário para as entrevistas com o cartunista. "Logo no começo do processo, descobrimos a imensa capacidade narrativa dele. O Angeli não sai do próprio personagem. É uma ator. Então, decidimos dar um palco para ele fazer a performance, como um autorretrato", esclareceu a diretora Beth Formaggini, durante o debate realizado hoje. A música teve um papel importante nesse mergulho na criatividade de Angeli. "Ele desenha ouvindo rock pesado", conta Beth. Para reproduzir a sonoridade de sua obra, ela pesquisou músicas de Jimi Hendrix, Edgar Scandurra e muitos outros, até chegar ao que procurava: as criações do guitarrista Júnior Tolstoi, da banda Volvo Tolstoi, que também acompanha Lenine.
Mariana Moreira - 15h11
Documentário sobre Angeli se destaca no segundo dia em Brasília
Festival teve ainda na competição beleza e lentidão do longa "Transeuntes"
Marco Tomazzoni, enviado a Brasília 26/11/2010 14:12
"Angeli 24 Horas": cartunista narra luta para fugir do óbvio no dia-a-dia
As atenções de quinta-feira no 43º Festival de Brasília estavam voltadas para o longa “Transeuntes”, estreia do diretor Eryk Rocha na ficção, mas quem roubou os holofotes da segunda noite de competição foi o curta documental “Angeli 24 Horas”, de Beth Formaggini. Através de entrevistas e tiras do cartunista, se descobre a obsessão e tensão que Angeli sofre diariamente, em cima da prancheta, para fugir do óbvio e radicalizar cada vez mais seu trabalho.
Foi por isso, garante, que ele aposentou figuras queridas pelo público, como os Skrotinhos e Rê Bordosa. Escrúpulos e cobrança própria, que também o impediram, ao contrário do que aconselhou o amigo Mauricio de Sousa, de lançar bonecos dos personagens. “Não ia me sentir bem. Só se a gente apertasse a Rê Bordosa e ela vomitasse vodca”, sugeriu.
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Auxiliado por projeções na parede, em uma bela solução visual, Angeli explica tiras, fala de suas influências (mais músicos do que artistas), enaltece Laerte (“olhando ele trabalhar, aprendi a entortar o final de uma história”) e da satisfação de um trabalho bem feito (“às vezes em um pequeno traço e uma palavra, você consegue fazer alguém pensar”). A engajada plateia do festival, que lota o Cine Brasília todas as noites, aplaudiu com força.
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