quinta-feira, 3 de março de 2011

impressões da cabine Angeli 24 horas para amigos e equipe em julho 2010

De: Andréa França <>

Assunto: sessão angeli

Data: 19 juillet 2010 21:42:26 UTC-03:00

Para: Beth Formaggini

querida,
gostei MUITO do filme. Tentei te ligar mais cedo, mas não consegui falar contigo.
A idéia de fazer aquela projeção dos quadrinhos e a sombra do Angeli projetada por cima dos desenhos é genial. Funciona super bem. Ele fica ali, meio autor, meio personagem, meio sombra e parte daquilo tudo.
Parabéns e todo sucesso!
bjs
AndreaF

Impressões da cabine Angeli 24 horas para amigos e equipe em julho 2010

De: marta mestre <>

Assunto: Re: FW: Sessão "secreta" de Angeli 24h

Data: 20 juillet 2010 10:22:14 UTC-03:00

Beth

Não deu depois para comentar com você mas gostava de te dizer que gostei mesmo muito, especialmente a insersão do teu "personagem" na paisagem do comic, o cenário que adoptaram para ele poder tomar o ponto de vista, comentar os vários quadrinhos e seus personagens criados, etc. Esse aspecto é crucial na tua curta.
Talvez o aspcto que achei que pudesse estar demasiado cheio, mas isso é um ponto de vista muito muito pessoal, é o uso da música, que está muito bem, no acompanhamento das imagens da cidade (brutais!!) e nas sequências de voz-off, mas que as vezes se sobrepõe quando o angeli fala para a câmera...

PARABÉNS, PARABÉNS E MAIS UMA VEZ PARABÉNS.
Marta

impressões da cabine Angeli 24 horas para amigos e equipe em julho 2010

De: Patricia Silva

Assunto: Angeli

Data: 19 juillet 2010 16:04:10 UTC-03:00

Para: Beth Formaggini

Querida,
eu não sei se o filme me ganhou quando o Angeli disse que é virginiano, "e que virginiano anda de baú", ou se quando ele falou que "quando a gente tenta, a gente erra". Mas, não. Isso seria reduzir muito a beleza do filme em pró das minhas necessidades, e ele merece bem mais que isso.
Mas é que eu ando em busca de filmes que investem nessa fatura da tentativa e do erro, que fazem do risco a sua forma, e que investem em uma estética que tanto reporta ao personagem enquanto (protei) forma, quanto informa sobre a honestidade do realizador em aceitar que não tem como ir além do personagem. "Angeli" é samba de uma nota só, na medida em que busca o Angeli em sua própria perfomance (e, graças a Deus, não incorre naqueles barbarismo de biografias que procuram encontrar o sujeito na sua gênese familiar, no percurso cronológico do tempo do mundo).
Tem uma frase do Arquiloco, que o Isaiah Berlin usa em um ensaio muito bonito sobre Tolstoi, que diz que "A raposa conhece muitas coisas, mas o porco-espinho conhece uma só e muito importante". Claro é que a gente pode se apropriar dela de inumeras formas e dar a ela o significado que nos convém. Mas voce poderia escolher descobrir o Angeli pelos amigos, pela família, pela cronologia da vida; mas escolheu conhecer de uma só, e muito importante: o Angeli na exata medida em que ele existe hoje, que é um acumulo e um filtro de passados e histórias.
Acho que o seu gesto ensaístico é vigoroso e altamente saudável para a produção do documentário. Acho que posso dizer que é o teu filme com o qual mais me identifico porque talvez seja o teu personagem mais 'terceira dimensão', que pula da tela e parte na direção da platéia.
Enfim, fui muito mais abstrata que deveria, considerando que o filme tem um ritmo impar, um roteiro muuuuuuuitissimo criativo e uma partitura sonora que é certamente um personagem na história que voce conta.
Um beijo enorme e to super na torcida!
PAT